Aeroportos: Desenvolvida “mala inteligente” que promete acabar com bagagens perdidas
Sapo Notícias
Um consórcio português de quatro empresas e duas entidades do sistema científico e tecnológico desenvolveu uma “mala inteligente”, dotada de um sistema inovador de localização, que promete acabar com o pesadelo das bagagens perdidas nos aeroportos.
Desenvolvido pela ANA – Aeroportos de Portugal, SETSA – Sociedade de Engenharia e Transformação, Critical Software, Tecmic – Tecnologias de Microeletrónica, Inov – Inesc Inovação e PIEP – Pólo de Inovação em Engenharia de Polímeros, o projeto “Mala Segura” recorre às tecnologias RFID (“radio frequency identificator?), WSN (“wireless sensor network?) e GPS/GSM (“global positioning system?) para garantir a localização e rastreamento de malas “em permanência e a nível global, tanto em ambientes fechados como em espaços abertos”.
Segundo os promotores, que hoje apresentaram o projeto no Aeroporto do Porto, esta tecnologia pode ser usada quer no transporte aéreo, quer marítimo, ferroviário ou rodoviário, mas “a gestão aeroportuária pode significar 90 a 95 por cento do mercado”.
Em declarações à agência Lusa, Pedro Pereira, da SETSA (que integra o grupo Iberomoldes), garantiu que “a disponibilidade técnica dos parceiros [para lançar no mercado a nova tecnologia] é imediata”, dependendo a sua implantação, no caso do transporte aéreo, da autorização da IATA (International Air Transport Association).
Artur Arnedo, da ANA, revelou por sua vez à Lusa que o projeto vai ser apresentado na próxima reunião anual do “baggage working group? da IATA, a 22 e 23 de março, “e basta que esta diga “ok? que é já um fator muito relevante para as empresas de malas as começarem a fabricar”.
Resultante de um investimento de 2,5 milhões de euros, 1,5 milhões dos quais cofinanciados pelo Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN), o projeto foi desenvolvido ao longo de 30 meses, propondo-se “inverter a tendência de crescimento do número de malas “mishandled? (extraviadas) por passageiro, principalmente no setor da aviação civil”. Segundo dados dos promotores, em 2008 o extravio de bagagem nos aeroporto a nível mundial representou um custo estimado de 2,7 mil milhões de euros, sendo “a redução de custos neste segmento vista como um fator determinante para a própria sustentabilidade do negócio”.
Em 2009 ter-se-ão extraviado 10 mil bagagens por dia nos aeroportos da União Europeia e 90 mil a nível mundial, o que significa 600 mil por semana e três milhões por mês. De acordo com Pedro Pereira, a tecnologia consiste “numa espécie de etiqueta embutida nas paredes da mala, contendo informação padronizada sobre o passageiro”, juntando as tecnologias WSN e GPS/GSM à já utilizada RFID, para “tornar o sistema menos sensível à ocorrência de erros”.
A patente do sistema – que apenas implica um acréscimo de 5 a 10 por cento no custo de produção das malas – foi submetida no mês passado ao Instituto Português da Propriedade Industrial (INPI).
Já para o utilizador, uma mala equipada com este sistema pode ter um custo final “25, 30 ou 40 por cento” superior ao atual. Em alternativa, pode optar-se pela aquisição de uma etiqueta com sistema RFID adaptável a qualquer mala.